'TEMOS DE FALAR SOBRE O KEVIN'
Lionel Shriver
(2007 Quetzal)
Dois dias antes de fazer 16 anos, Kevin disparou contra sete colegas do liceu, um funcionário da cantina e uma professora. Agora, passados dois anos, Kevin vive numa prisão para jovens delinquentes. Eva, a mãe, vê-se obrigada a rever a história do filho, e a sua, numa tentativa de compreender o que se passou. A narrativa, na primeira pessoa, é constituída pelas cartas da mãe do assassino ao pai deste. A ambivalência relativamente à maternidade, a dificuldade em criar um laço com o filho e a escolha difícil entre a carreira e a vida doméstica. Um romance da escritora e jornalista norte-americana Lionel Shriver, de 50 anos, a viver em Londres.
Orange Broadband Prize – Fiction 2005
"An elegant psychological and philosophical investigation of culpability with a brilliant denouement."
The Observer
3 comentários:
Tantas novidades!:)
Estou neste momento a ler o livro e estou a gostar muito. Mostra como o amor maternal não é algo intocável...e nós assistimos hoje a mães que mal tratam e chegam mesmo a matar os seus filhos. Há um psicanalista Winnicott que escreveu 15 razões para uma mãe ( ou um pai ) odiar o seu filho ( é claro que também há outras para amar ). É bom assumir que os filhos também nos fazem sentir coisas negativas, também atrapalham as nossas vidas...é bom que o balanço vá sendo positivo.
Tomás
A orelha do livro indica uma história interessante. Mas durante a leitura, percebe-se que é muito mais do que isso: com uma narrativa analítica e fluente, Shriver conta a história de Kevin, um garoto que desde os primeiros dias de vida clama por atenção. Franklin, o pai, amava o filho o suficiente para ignorar os sinais de alerta. Eva, a mãe, percebeu o problema se delineando, mas não amava o filho o suficiente para modificar seu comportamento com relação a ele. Ao mostrarem-se impassíveis diante da apatia do filho perante a vida, Eva e Franklin não faziam idéia da proporção que o problema iria tomar. Através de cartas que a mãe escreve ao pai, Shriver faz uma reflexão sobre os aspectos da vida familiar do jovem assassino. No fim, a perturbadora desconfiança de que tudo, afinal, poderia ter sido diferente. Uma história forte contada com um estilo atraente onde a resposta do leitor não poderia ser outra que não uma leitura ávida. Da primeira à última página.
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